Imagem por: Kmetros by Nuno Chambel
Exorcizo leões porque preciso matar um demônio por dia
Tenho o poder de zombar do tempo
Quando chega, bêbado, na boca da noite
Sou azul e tenho asas nos pés, mas vôo cego de manhã
E sei fantasiar de toalha na frente das visitas
Que riem tépidas, sem mexer os lábios
Eu finjo ter sono à noite para parecer normal
E ficar mais próximo de você, enquanto dorme
Desaprendi a voar na direção que te leva o vento
Troco uma realidade por meia ficção usada
Daquelas que vem com pipoca, alguma emoção
E um cartaz pintado à mão na porta do teatro vazio
Leio cartas, sou insone e fantasio com bares e ruas inóspitas
Não viajo, também por medo da estrada
Por isso roubo metade do caminho, e ouço o bosque quando canta
Por isso sou metade do caminho, complete a frase enquanto dança
Um rio correndo para qualquer direção, ninguém nas praças
Ouvi o barman dizer teu nome, fingi não saber de quem falava
Dois viajantes no mesmo vagão, um conto confuso, o hiato, a falha
Ali, onde a rua se afunila e desce para o rio, um canto triste
Eu leio cartas e fantasio e procuro o lugar que não existe
(em pessoas imaginárias)
Exorcizo leões porque preciso matar um demônio por dia!
Dude Santos, segunda-feira, 22 de agosto de 2011
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