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BRT: será que vai colar?


Com palestra de Sebastião Nery e lançamento de livro sobre a história da mobilidade urbana da cidade, um novo sistema de transporte é apresentado: o BRT

O jornalista e escritor Sebastião Nery, 79, foi o orador convidado pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps), para o coquetel de lançamento do livro “De cá pra lá em Salvador”, escrito para comemorar os 30 anos da entidade, pela jornalista Jaciara Santos.
O evento aconteceu na noite desta quinta-feira, 17, na Associação Comercial da Bahia, no Comércio. Além do lançamento da obra, o encontro serviu para a apresentação do BRT (Bus Rapid Transit), provável novo sistema de transporte urbano de Salvador.


BRT

Trata-se de um ônibus articulado (lembra os velhos sanfonados da empresa Ogunjá, que faziam parte do transporte urbano de Salvador na década de 1990) com capacidade maior que a dos veículos convencionais. É totalmente informatizado, possui poltronas confortáveis e atenção especial ao meio ambiente: estima-se que o BRT polui menos que os ônibus convencionais, além de poder rodar utilizando Biodiesel.
O sistema é utilizado em diversas cidades, incluindo as populosas Pequim (China) e Bogotá (Colômbia). No Brasil, a cidade de Curitiba já utiliza o BRT desde 1979.


Espanto, curiosidade e um motor fadado ao “naufrágio”

As pessoas que passavam pela rua estranharam “o bicho”, mas não deixaram de dar seus pitacos. O motorista Joselito Ferreira, 55, considera que “é sempre importante ter novas alternativas para o transporte público da cidade”, mas faz um alerta: “é preciso criar toda uma infraestrutura para esse ônibus, e se não cuidar dos alagamentos na cidade, na época das chuvas, ele vai ‘morrer’ no meio da viagem, principalmente porque o motor fica na parte de baixo”, diz. O motor do BRT fica a meio metro do chão.

O taxista Otavio Rodrigues, 35, diz utilizar muito pouco os serviços públicos de transporte da cidade, mas acredita que a vida no trânsito será facilitada com a chegada de novas alternativas. “A solução é investir pesado desse jeito. Não adianta prometer, como no caso do metrô e não mostrar nada. Agora estou vendo uma realidade em minha frente”, diz.
Para o ambulante Éder Souza, 27, o pleno funcionamento desse serviço, - que só começará a rodar em Salvador a partir de 2013, durante a Copa das Confederações, evento que antecede a Copa do Mundo, que ocorrerá no ano seguinte -, depende da melhoria das vias da cidade e do zelo por parte das autoridades e da própria população. “Não adiantar oferecer esse tipo de benefício se o povo e o governo não ajudarem a manter. Sem cuidado, meu amigo, não vinga.”, completa.

Segundo o motorista Damião Marques, 45, o BRT é a melhor ideia para o transporte público da cidade. “É um veiculo que parece seguro, pelo que ouvi é todo informatizado, e além de tudo é bonito. Adoraria guiar um desses um dia. Resta esperar e torcer para que funcione,” conclui.

(Artigo inicialmente publicado no Diga, Salvador)

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