e com a palavra...

Voo noturno (o nome da Rosa)


(foto: "Flor de lótus", gentilmente cedida por Erica Rosa Allain)

Caí,
E, como todos os outros,
Tive frio, amaldiçoei os ventos
E vi, da rosa pálida nascer
A luz. E cedi, ao riso. Jesus,
Como estou perdido, e como seduz
Seu brilho. Eu sei o quanto pesa
Tua cruz

Sorri, e me diz
Que não errei de casa
Se revelei minhas asas
E auréola. Confie,
Eu quis.
De todas as rosas, desafiou-me,
A mais bela
E me vi perdido. Atou-me
O peito às asas dela
E meu caminho à sua história
Mais infeliz

Cedi, e foi
Por ter caído, que escolhi
Seu caminho e teu abrigo. Eu pus
A faca nos dentes e a corda, e a cruz
Nos bolsos. E meu carinho por testemunha
Troco minhas asas por teu esforço
De esquecer quem te faz mal

Te quero feliz e por tuas unhas, juro
Te abraçar, em cada salto
No escuro. Encontro o teu voo noturno
E sei que , de teu farol e de tuas fotos
Azuis resta uma certeza:
Está se curando...
Ainda tem amor e mágoa em conflito,
Mas te peço um armistício.
Peço-te a mão e a vida inteira
Para que neste hiato possa pousar contigo
Em terreno plano, em braço amigo
No embalo suave de uma canção

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