e com a palavra...

Comédia musical de início de século


Tem dias em que acordo com aquela vontade ‘macabra’ de estar no meio de uma comédia musical das décadas de 1930/40. Fazendo algo louco como puxar a Ginger do canto e do copo, e rodopiar em um daqueles salões imensos onde o Fred escalava paredes e cortinas com sua leveza irritante. Dar um ‘bico’ no Gene e mostrar à Debbie Reynolds todas as técnicas do meu ‘não - dançar’ clássico também está no cardápio.

O problema desses musicais é [sempre!] a síncope antes do happy end. Sufocante aquele momento ‘caia na real’. Passo. E dane-se o John Donne! Cancerianos não são e nunca serão ilhas! Uma amiga me ensinou que somos conchas, e como os irmãos bivalves, custamos a abrir e cobramos um alto preço por nossos tesouros. Só beijamos o rosto dos que nos são caros. Assim, os sinos dobram por nós, sempre!

A verdade é que ando como se estivesse meio tom abaixo. É isso: um homem diminuto, vivendo um arpejo interminável, achando que a vida se resolve como os cromatismos da Bossa. “Acabou nosso carnaval...”, e ainda assim parece que a ‘comediazinha’ é sonho recorrente.

Driblo as noites, insone, escalando a ‘encosta cor de laranja’. Chove em Salvador e eu com o pensamento no Marrocos: uma pianola, uma canção proibida e os olhos molhados da Srta. Lund. No player, Carlos Lyra conta a história de ‘Pobre menina rica’ – canta ‘Primavera’, covardia do início ao fim. Salve Vinícius!-. “Crianças cor de romã entram no vagão...”.

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