e com a palavra...

Sutil e disforme


Vem, vamos viver de aparências,
Brincar na lama e fingir
Que é tudo uma festa de cor e som
E gosto de infância
Vamos maquilar a esperança e viver
Dos sonhos dos outros
Como invasores de corpos
Ter nosso dia de lâmpada a colher
Os insetos

Vamos fingir que o futuro é certo
E que ninguém vai morrer
Daqui posso ouvir o mar tocando as pedras
E dá uma tremedeira nas pernas
Pensar em perder alguém
(Mais uma vez!)

Onde será que o amor dorme
Nesse meu sonho silente e disforme?
Quem sabe embaixo, por dentro ou atrás
Do teu sorriso infinito...
Diariamente matamos nossos próprios
Mitos. Aos gritos!
Será que faz diferença
Querer fazer parte e viver
De aparências?

Faz parte do jogo, é a mesma ciranda
De novo!
Mesmo filme, a pipoca e o circo
Vamos voltar e andar
Em círculos
É hora de curar o vício
Fingir que saímos do lixo
O resto é real, sem pressa
A verdade é vulgar
Não nos interessa

Ânsia


Salve o homem que saliva
Ao ver o corpo nu
Da mulher amada!
Que, instintivo, transgride
As regras e, rende-se à natureza,
Na ânsia de tocar-lhe as curvas.

Que, faminto, e
Com as mãos trêmulas e a boca
Ávida, molhada
Ama a poetisa, a literata
Com o mesmo fervor
Que exala ao amar
As putas, pois ambas
Desejam amor intenso
Na mesma proporção, ingênuo
Sem amarras, incessante
Terno e constante
E eterno a cada noite
A cada golpe de punhal
No quadril.

Ambos sujos, rotos e úmidos
Na guerra insana pelo domínio
Do corpo do outro
Que, por hora, lhe pertence.

Imensos são os calafrios
Dos insones
Diante da dor grotesca e prazerosa
Do gelo inquietante
Da resposta reticente
Da insana vontade de naufragar
Dos desvarios dos homens
Ilhados em corpos incandescentes

Deus salve [todos!] os covardes, que,
Desertando da batalha já perdida,
Aninham-se na coxa amada
Refrescam-se no colo amado
E dormem (in)tranquilos
Imensa é a sede do homem
Tamanha é a fome dos selvagens.



Ascensão


O céu, de um vermelho intenso,
Insano, crepuscular,
Olha-me
Como se fosse um predador
Que perdera o alimento,
Ou, como se visse,
Pela primeira vez,
O mar,
Devorando-o longamente.

E, se por um breve momento
Notasse o sol tocar as águas,
Sentindo, de longe, expirar
A leve sensação de paz
Que me envolvia
Talvez eu pudesse cantar as boas-novas,
Insurgindo como raios
De sol, num rompante de alegria.

Seria só luz, o toque suave
Da satisfação exorcizando o mau tempo que,
Antes, inexorável,
Nos golpeava a face, empurrando-nos goela abaixo
Névoa e sombras, súplicas e asco.

E, se num momento de azar
Eu alcançasse
O quarto andar da melancolia e pairassem
Sobre mim, as trevas, o descontrole
E a agonia, talvez
Meu sistema entrasse em curto,
Talvez o céu desprezasse
O crepúsculo, que, redentor,
Sepulta, finaliza o dia.

Cai a noite e o insano me olha
Como se eu fosse um barco, que,
Sem norte, vaga sobre as águas bêbadas
Do outono
Sol posto e calafrios no circo
Da mentira rompem o casco
Deixando-me à deriva, sem sol,
À luz do abandono.

Passam as horas, as pernas fraquejam,
Tanto medo
Na medida em que retorna ao chão
O ascensor, o louco festeja.
Uma oração!
Clamo em segredo, em busca de lucidez,
Sol, luz e Calor.

Lírica

(ou primeira canção para uma nova #ERA)

As belas canções são todas para ti...
Pois é [você] a razão da sua [delas!] existência...
E é por ti que [azuis!] vão cegos meus sonhos...
É em teu nome de penitente que o meu se completa

Seria esta tua face/boca
Razão para os sonhos serem o que são?
Serias o que mais, senão sutil
Inspiração?

Menina, aceita tua pena, teu fado!
Qual o caminho para tocar teu coração?
Aceita o meu, que, tolo, pensa
Pulsar junto ao teu, ao lado
Dando adeus à angústia e bilhete azul
À descrença

Que esta bela ilusão exploda em ti...
Pois vive em você [por quê?] a razão de minha existência...
Faço nova luz das trevas e exponho...
Minha oração incandescente em um peito que não mais comporta

Seria esta tua face/boca
Razão para os sonhos serem o que são?
Serias o que mais, senão sutil
Inspiração?

Menina, entendo tua descrença, teu enfado...
Qual o caminho mais curto para pousar em tua mão
Este músculo que, tolo, pensa pulsar junto ao teu,
Amado,
Expondo asas de cera ao sol, se deixando cair
De galho em galho, telhado após telhado?

O Inverso


Chama o boticário
Que o caso é sério
Antibióticos!
Chá, ervas amargas
Qualquer remédio!
Porquê é amor
Ou seria um combinado
Oscilando
Entre a chuva e o tédio?
Que horror!
É mais que um presságio
Mais uma dor
Rasgando as entranhas
E comendo por dentro
É amor ou qualquer outro
Agravante
É amor ou outro tipo de
Laxante
E sobre o molhado nos olhos
Põe a culpa na chuva
Diz que o vento machuca e que
A luz
Foi demais e machucou
Sua retina
Que a vista ficou turva
E que é cedo ainda
Mas eu sei que é amor!
Chegou difuso, mas
Constante
Imagina se um dia eu te encontrasse
Na cruz,
No meu lugar
Confuso e distante
Se eu te levasse pra lá
Não ia ter jeito!
Se você topasse
Pernoitar
No meu peito
Não ia ter jeito!
Tem de ser você!
Chamem um médico
Que é caso pra céticos!
Camisas-de-força,mordaças,
Asas!
Antialérgicos!
É mais uma dor e o corpo
Não estranha
Eu sei que é amor
E a cama não estranha
E é por você
Que a canção me acompanha
E faz de mim e da cidade
Meros reflexos, milagres
E o inverso, não sabes?

#ERA

Estro

(Lobo Guará - Zoo de Salvador)

Quando saio à sua procura
Nas noites de fome
Ou em tardes incertas
Buscando talvez minha cura
Um rosto, um nome
Não sei se sou louco
Lobo ou poeta
Anjo sem asas, bobo da côrte
Sentinela insone ou gado de corte
Se saio de casa ou fora da reta
Se outra dose me completa
Eu penso em você e em como me acerta
Setas com os olhos
No peito, na boca, e delírios
Em minha cabeça
#ERA

Brinde (no és otra película de amor)



Pelos momentos em que tudo
Dá errado
Pelo riso solto de quem está
Sozinho no quarto
Pelos melhores dias
Pelos segundos desastrados
Pelos anos inesquecíveis
Um beijo, o desejo guardado
Da estante pro chão – seu retrato
Um quadro em pedaços
A vida em pequenos quadros animados
Leva-me embora num salto
Ou no conforto da asa
Leva-me para longe
... Pelo menos para casa #ERA

Os desacreditados da equipe de 1987


O time do Flamengo de 2010, com a base mantida e ampliada da equipe que conquistou o Hexa, em dezembro de 2009, é considerado, por especialistas e corneteiros, um dos elencos mais consistentes do país. Se grandes vitórias elevam o ego às alturas, o que dizer da estrutura emocional de um time que acabou de ganhar o certame mais desejado e importante da nação?

Pois, este elenco vitorioso, além de presentear a torcida com partidas memoráveis, consegue ainda causar discussões em mesa de bar, do tipo: fulano, de hoje, joga igual ou melhor que aquele outro do time do Zico? Sem contar que, está para nascer equipe com tamanha competência em fornecer matéria-prima para as revistas de fofoca. Mas, voltemos ao futebol.

Outro dia, ouvi uma declaração do competente lateral Leonardo Moura, sobre sua atuação no time, em comparação a Leandro, o mais celebrado dono da camisa dois na Gávea em toda sua história. Leonardo não concordou com a opinião do técnico atual e meia contemporâneo de Leandro , Andrade, que, não sei se com intenção de amenizar sua (do Léo) soberba, ou apenas expor uma verdade inegável, disse que, apesar do talento comprovado, o Moura não joga nem metade do que jogava sua sombra histórica.

Mas, é quase impossível falar de grandes elencos rubro-negros sem citar, com bastante respeito, a equipe tetracampeã brasileira, em 1987. O time dos velhinhos. Os fantásticos e desacreditados reis do Rio. Era fim de safra na Gávea. Mas eles não sabiam disso.

O elenco supercampeão no início da década de 1980 foi praticamente desfeito. Mas, entre os veteranos e as jovens promessas, o Mengo se mantinha de pé, talvez amparado no título estadual conquistado no ano anterior, comemorando o retorno do rei – Arthur Antunes Coimbra, o Zico, à nossa estimada Camelot.

A equipe que se sagrou tetracampeã era uma arma tão clara quanto eram os guerreiros do hexa. Apenas os adversários não enxergaram a tempo. Posso até apostar que, nos últimos vinte anos, nenhum elenco que compôs qualquer seleção nacional – incluindo as equipes que levantaram o caneco do tetra e do pentacampeonato mundial -, possuía tamanho equilíbrio, nem jogadores tão comprometidos e cientes de seu dever, e de seu posicionamento em campo.

A esquadra – O eficiente Zé Carlos (o Zé Grandão), era pura segurança no arco rubro-negro. Aos 25 anos, o goleiro não tinha medo de cara feia, e já havia retirado do bom e veterano Cantareli, mais uma oportunidade de ser titular. Sem contar que Zé era presença constante nas convocações da seleção brasileira.

Seguro, veloz, preciso e mortal. Esses eram os cartões de visita de Jorginho. O jovem lateral tanto mostrou suas qualidades, que o mestre Leandro, optando pela zaga central, cedeu-lhe a posição e a mítica ‘2’. Léo, mais um para por na tua conta. Vai para a fila.

Leandro era o dono da zaga central, por opção, e pela impossibilidade, diante de tantas contusões, de fazer o Maraca louvá-lo a cada investida contra o gol adversário. A partir de então, o rei da defesa rubro-negra esbanjou e distribuiu talento na pequena faixa de campo que separa a linha de fundo da meia-lua da grande área.

A quarta zaga do time era um feudo do ex-tricolor Edinho Nazaré que, quando cansado ou machucado, cedia espaço para mais um guerreiro técnico da Gávea – Aldair. O jovem zagueiro fez, pelo curto período em que defendeu o Mengo, a torcida segurar a dor pela venda de Mozer.

O versátil Leonardo comandava a equipe a partir da lateral esquerda. Jovem e impetuoso, a cria prodigiosa dos celeiros rubro-negros mostrava, a cada partida, que um lateral pode atuar próximo à zaga, marcar bem, apoiar como poucos, sem dar chutão, ou viver somente da velocidade.

O mestre Andrade flutuava em campo tal qual pluma no céu das tardes domingueiras. Desde o grande Carlinhos, a Gávea não via tamanha elegância naquele escalado para ser o xerife, o primeiro homem a ser batido antes de a zaga ser acionada. O que, geralmente, não acontecia.

O meia Aílton, peça importante e regular do elenco, marcava muito bem, apoiava com velocidade e finalizava com habilidade, sem comprometer nenhuma das ações em detrimento da outra.

Zico –
Bem, o Zico era, é, e sempre será o Zico. E fez o que sabia melhor – brilhou -, e fez os críticos engolirem as palavras adversas que ousavam sussurrar a cada partida extraordinária.

O 'motor' Zinho era a máquina de correr daquele time. Técnico e rápido, Crizan tornava viável qualquer lançamento em profundidade que o Sr. Antunes executava. Falso meia, falso ponta-esquerda, e mestre dos dribles curtos e das arrancadas inesperadas. Até que o Parreira (o Falcão lançou a idéia) resolveu achar que de volante ele atuaria melhor.

O ataque –
O bloco ofensivo criado pelo técnico Carlinhos era quase infalível. Praticamente o time inteiro sabia atacar, e bem. Ninguém dava chutão, ninguém rifava a bola. Ela era muito bem tratada naquele ano bom.

O menu era variado: Bebeto e Renato Gaúcho - titulares absolutos -, além de Júlio César e o veterano Nunes, no banco. Velocidade, explosão, precisão nos chutes e a total falta de medo diante dos defensores do outro lado do campo. A equipe não se acanhava em chutar a gol, e a cada tento marcado a sede de mais um era prontamente saciada com jogadas preciosas e inesquecíveis.

Assim caíram os grandes do futebol tupiniquim, aos pés dos velhinhos e dos meninos da Gávea. Esperamos por muito tempo para ver formada outra equipe comparável. Ainda não a vejo, confesso. Mas, acho que o Flamengo de hoje pode chegar a ser inesquecível também. Por enquanto, Léo, meu filho, menos badalação e mais futebol. Quem sabe teu nome e sua imagem não se tornam imortais como os títulos que ajudou a conquistar. Portanto, vamos ao jogo!

Voo noturno (o nome da Rosa)


(foto: "Flor de lótus", gentilmente cedida por Erica Rosa Allain)

Caí,
E, como todos os outros,
Tive frio, amaldiçoei os ventos
E vi, da rosa pálida nascer
A luz. E cedi, ao riso. Jesus,
Como estou perdido, e como seduz
Seu brilho. Eu sei o quanto pesa
Tua cruz

Sorri, e me diz
Que não errei de casa
Se revelei minhas asas
E auréola. Confie,
Eu quis.
De todas as rosas, desafiou-me,
A mais bela
E me vi perdido. Atou-me
O peito às asas dela
E meu caminho à sua história
Mais infeliz

Cedi, e foi
Por ter caído, que escolhi
Seu caminho e teu abrigo. Eu pus
A faca nos dentes e a corda, e a cruz
Nos bolsos. E meu carinho por testemunha
Troco minhas asas por teu esforço
De esquecer quem te faz mal

Te quero feliz e por tuas unhas, juro
Te abraçar, em cada salto
No escuro. Encontro o teu voo noturno
E sei que , de teu farol e de tuas fotos
Azuis resta uma certeza:
Está se curando...
Ainda tem amor e mágoa em conflito,
Mas te peço um armistício.
Peço-te a mão e a vida inteira
Para que neste hiato possa pousar contigo
Em terreno plano, em braço amigo
No embalo suave de uma canção

O besouro, o anjo e a Rosa




Quero de verdade,
Conhecer todo o mistério
Desta Rosa lírica,
Como aliás, todas
Geralmente são.
Quero um defeito
De cada vez
Toda a Rosa em sachês
Mosaico, flor, coração

O cansaço dos teus olhos
Molhados
Um trago desesperado
Uma noite e a vida
Inteira
Na insegurança do braço
Em seu colo, no teu rastro
E não me manda partir
Me leva nos olhos ou na
Algibeira

Quero tua lembrança nova
E fugidia.
Seu olhar desconfiado
teu revoar bravio
De besouro flagrado
No ato,e que,
Voador nato,
Se defende partindo
Sem rastro
Ou destino
Pela noite afora

Quero a ansiedade e os
Despautérios
Desta Rosa rítmica,
Como jamais
Quis de outra igual

Quero toda a densidade,
E, um por um,
Cada disparate
Em confusões ciclícas
E sorvê-los rotos
E reciclá-los todos
Sem alarde
Para que não tardes
A se achar

Anjo, também sei voar
Mas não posso te seguir
(Não daqui)
Só resta sonhar que um golpe
(A sorte ou outro evento)
De vento, ou um feitiço
(Incoercível)
Do tempo,
Te faça parar


#ERA files

Comédia musical de início de século


Tem dias em que acordo com aquela vontade ‘macabra’ de estar no meio de uma comédia musical das décadas de 1930/40. Fazendo algo louco como puxar a Ginger do canto e do copo, e rodopiar em um daqueles salões imensos onde o Fred escalava paredes e cortinas com sua leveza irritante. Dar um ‘bico’ no Gene e mostrar à Debbie Reynolds todas as técnicas do meu ‘não - dançar’ clássico também está no cardápio.

O problema desses musicais é [sempre!] a síncope antes do happy end. Sufocante aquele momento ‘caia na real’. Passo. E dane-se o John Donne! Cancerianos não são e nunca serão ilhas! Uma amiga me ensinou que somos conchas, e como os irmãos bivalves, custamos a abrir e cobramos um alto preço por nossos tesouros. Só beijamos o rosto dos que nos são caros. Assim, os sinos dobram por nós, sempre!

A verdade é que ando como se estivesse meio tom abaixo. É isso: um homem diminuto, vivendo um arpejo interminável, achando que a vida se resolve como os cromatismos da Bossa. “Acabou nosso carnaval...”, e ainda assim parece que a ‘comediazinha’ é sonho recorrente.

Driblo as noites, insone, escalando a ‘encosta cor de laranja’. Chove em Salvador e eu com o pensamento no Marrocos: uma pianola, uma canção proibida e os olhos molhados da Srta. Lund. No player, Carlos Lyra conta a história de ‘Pobre menina rica’ – canta ‘Primavera’, covardia do início ao fim. Salve Vinícius!-. “Crianças cor de romã entram no vagão...”.

Reflexo vulgar, feliz acaso!

Encontrei o meu espelho mais nítido (leia-se reflexo) em uma esquina digital dessas que têm similares em qualquer lugar nesses tempos ácidos, em eras diferentes, inclusive (vide a má sorte do bíblico rei Davi quando resolveu pegar um arzinho e deu de cara com a mulher do soldado Urias...).

Essa projeção possuía detalhes espantosamente semelhantes aos contidos no interior deste invólucro terreno que me cobre. Era o tal reflexo cuja ausência Narciso sente e repudia quando decide visitar a Paulicéia. Mas esqueçamos SP, que esta esquina é litorânea e insone como o cheiro melancólico do mar logo de manhã.

Minha epifania notívaga surpreende-se tanto quanto eu, e passa a negar o hiato que se formou a partir de sua primeira aparição. Água e mel, por favor! Molhem-nos as bocas e nos permita partir para dentro de nossa concha!

Fui encontrado por meu reflexo a caminho de casa. Não era sombra nem sonho, parecia comigo e era meu oposto, mesmo não me reconhecendo de imediato. Mas era doce e irrequieta, e tinha um brilho novo nos olhos. E a música que escorria de seus dedos ecoava por toda a esquina digital.

Zumbiu na orelha quando alcançou o céu e voou para longe de minhas palavras frias e de uma vaga lembrança. Sou eu a imagem refletida no azul profundo. Eu vi o outro lado do tempo naqueles olhos e os meus também molharam. A perfeita união entre corda e pescoço passeia agora além dos tijolos amarelos, mas reluz de longe. Ouro, ouro, ouro!

Arquivos 'ERA'

Cancerianos: mel e água...

Não é bem tristeza...
É aquele momento que só a gente tem...
Que só a gente sabe...
Dá um choque no pescoço
E ficamos quietos no canto...

Às vezes agradeço de forma dramática
Como tocar a campainha
Após gritar insistentemente
Embaixo da janela
Do quarto

É quase como recriar o caos
Num vidro de conserva...
Tempestade em copo d'agua...
Nostalgia

Taí, "tantas você fez..."
Que agora, 'RIO', 'convulsivamente'...
Disso te culpo e cobro retratação
Imediata..

Casulos, conchas... EXAGERO...
Síntese da doçura canceriana
Escolha seu exoesqueleto,
Seu cofre, mergulhe
E volte!

(Colaboração instintiva e afetiva de Erica Rosa Allain)